sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Estrelada


Estrelada

" O prazer era o espelho da reconciliação." Júlio Cortázar.

Ah, sei do alvoroço louco da paixão
e da febre a me galvanizar o sexo, a me queimar
o olhar com as lágrimas quentes do desejo
correndo nas veias, desarvoradamente.
O cio de uma atração imprevista, revelada
em nosso abraço, nos tornando perfumistas.
Sutis, resgatamos as essências, os filtros feéricos
da afetividade sensual, aflorando na língua
afiada de serpente, a carícia, suavíssima.
Em desabafo irreverente, nos perdemos
na vertigem de prazer que essa vida, alienante,
estava nos devendo, agarrando o momento,
sua magia, em indissolúvel laço no tempo.
Na embriaguez da vertigem, toda luz do universo,
acesa, nos reverencia, todos os terrestres
nos respeitam e tudo, dentro da gente,
é um composto de estrelas cadentes.

poema de Gisele Lemper, do livro Rosa dos Ventos ( ano 2001 ) pela editora Thesaurus.

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