sábado, 20 de setembro de 2008

ZEN

" O que atrapalha a minha preguiça, atrapalha o meu trabalho."
Mário Quintana.


domingo, 14 de setembro de 2008

farrapagens


Farrapagens
" De repente, somos todos irmãos e um canto de alegria solta a seta que sobe." Santiago Naud.
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A sorte de cada um
(sussurra-me) é engendrada nos truques
surpreendentes da ciganaria, meu amor.
Nos embruxamentos desta gente estradeira
nos seus sortilégios de amor predestinado.
Na sua amorosa magia branca
orientalizando as luzes dos ambientes,
decifrando a estranheza das sombras.
Nos malabarismos lúdicos de sua dança
gitana, indecorosa, nas noites de festim,
luzindo seduções com sorrisos delirantes.
E suas intervenções, sempre tão suaves,
nos deixam assim... fetichisados, imersos
em sua fragância, em suas encantações,
embriagados, partidários dessas luzes
feitiças, andaluzindo, como por encanto.
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poema do livro Duo - imagem de santa Sara kali, a negra, rainha dos ciganos.

sábado, 13 de setembro de 2008

Na Biblioteca


link da Biblioteca Demonstrativa de Brasília, para dois livros:

Entre rimas e versos


Entrevista ao jornalista Arthur Herdy para o jornal Correio Braziliense : Entre rimas e versos em 4 de Julho de 2008 - Brasília - DF :

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Cantoria


Cantoria
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" Apenas a autenticidade da minha poesia arrancada aos pedaços do fundo da minha sensibilidade." Cora Coralina.
...
Eu gosto de contar histórias,
de falar bonito, de dizer das crônicas
do cotidiano, com seus acontecimentos,
à flor dos olhos contemplativos.
Das singularidades que rompem a tensão
do silêncio, da sonoridade musical
que desperta na alma o sentimento inusitado.
Eu gosto de escrever como quem escreve
cartas aos amigos, quando dá saudade,
trocando figurinhas raras com os que
artistam desbragadamente.
De dar com a língua ríspida nos dentes,
em frases leoninas, desconcertar o leitor,
galvanizando a atenção com denúncias
existenciais, urgentíssimas.
E de fazer poesia, como quem cultiva
o afeto, com o cuidado de um florista,
em rosais extensos, os gestos pacientes,
cheios de compreensão.
Pra não entrar numas de me entregar
ao desespero, pra nunca levar nada
às últimas consequências.
...
( poema de Gisele no livro Duo )

Essencial


Essencial
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" Pegue pra você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo aquilo que a sua vida exige." Clarice Lispector.
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Há o que passa e o que fica
para contar história, mas, acredite,
não aprendi contar história comprida.
Posso estar ao seu lado, companheira
invisível, sem entregar o jogo, afinal
não poderia saber o que nunca ousei dizer.
Se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro
e é tão comum por aí não se colocar nunca
no lugar do outro, torcer as palavras,
incompreender, não se envolver.
Há o que passa e o fica
e, para ser verdadeira, não faço questão
daquele que não é sincero.
Há o que passa e o que atinge a gente,
fundo, mas fica difícil afirmar
o que terá sido tempo perdido.
O que não falta na minha tribo
é gente brilhante, namoradeira,
crème de la créme, diferente:
Você sabia dessa poesia
que aprecia o labirinto, pegar a estrada,
que não tá nem aí pra luz no fim do túnel,
porque tem luz própria, lampião?
...
poema de Gisele Lemper, do livro Esfinge ( ano 2003) pela editora Thesaurus - capa ( imagem) de Maurício Bastos Júnior.

Estrelada


Estrelada

" O prazer era o espelho da reconciliação." Júlio Cortázar.

Ah, sei do alvoroço louco da paixão
e da febre a me galvanizar o sexo, a me queimar
o olhar com as lágrimas quentes do desejo
correndo nas veias, desarvoradamente.
O cio de uma atração imprevista, revelada
em nosso abraço, nos tornando perfumistas.
Sutis, resgatamos as essências, os filtros feéricos
da afetividade sensual, aflorando na língua
afiada de serpente, a carícia, suavíssima.
Em desabafo irreverente, nos perdemos
na vertigem de prazer que essa vida, alienante,
estava nos devendo, agarrando o momento,
sua magia, em indissolúvel laço no tempo.
Na embriaguez da vertigem, toda luz do universo,
acesa, nos reverencia, todos os terrestres
nos respeitam e tudo, dentro da gente,
é um composto de estrelas cadentes.

poema de Gisele Lemper, do livro Rosa dos Ventos ( ano 2001 ) pela editora Thesaurus.

Eros


Eros
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" O extraordinário é imprevisível." Marguerite Duras.
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O Tempo é senhor de tudo
e não fosse a sua sabedoria,
as transformações não aconteceriam...
O incomum não teria lugar de destaque
em nossas vidas, rompendo, de modo
inesperado e feliz na mesmice dos dias.
O Tempo, caprichoso, escolhe, à revelia
dos nossos desejos, as ocorrências
excepcionais, sem mais ou menos,
sem lugar para as ponderações, nos pondo
simplesmente em xeque-mate.
É ele que faz acontecer as coisas
mais surpreendentes que , às vezes,
nos asustam com suas vestes arlequinais,
suas aproximações teatrais, suas paixões
tempestivas, cegantes, suas aparições.
Alvoraçando pássaros rodopiando nas praças
públicas, feito um menino inconsequënte,
feito Eros, feito Cupido, brincando
com os sonhos da gente.
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do livro DUO, de Gisele Lemper em parceria com Marcos Pacheco, capa ( imagem) de Elton Skartazini, em produção independente ( ano 2000 ).

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cartas da Cigana





Ora, direis: - Ouvir estrelas... Certo perdestes o senso!.... (Olavo Bilac)





Poemas da autora - com registro na Biblioteca Nacional - liberados para navegantes, desde que citada afetuosamente a fonte, ok??
as imagens exibidas serão imediatamente suprimidas se envolverem qualquer questão envolvendo direito de autoria.
este blog, sob as bênçãos de Shiva, está sob o signo da transformação ;-))